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Idas e Vindas: o que entra e sai de cartaz no fim de semana (06-09/12)

Últimos dias da Mostra de Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira, a estreia de Saliva e o lançamento do livro No Centro da Liça – Regina Vogue, sobre os 50 anos de carreira da atriz, são os destaques desta edição do Idas e Vindas.

Cena de Fractal,  escrita pela atriz Patrícia Kamis e dirigida por Jean Carlos de Godoi. A peça encerra a Mostra de Dramaturgia Sesi/PR Teatro Guaira no domingo. Foto: Gerson Bampi/Divulgação.

Cena de Fractal, escrita pela atriz Patrícia Kamis e dirigida por Jean Carlos de Godoi. A peça encerra a Mostra de Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira no domingo (09). Foto: Gerson Bampi/Divulgação.

No domingo, dia 9 de dezembro, chega ao fim a Mostra de Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira que, desde a semana passada, tem apresentado peças com texto e encenação assinados por participantes do Núcleo de Dramaturgia Sesi/PR, além de leituras dramáticas e outros eventos no Teatro José Maria Santos – que integra o complexo do Teatro Guaira, correalizador do evento. Fractal, peça da atriz Patrícia Kamis (que esteve em Oxigênio, da Cia. Brasileira de Teatro) e encenada por Jean Carlos de Godoi que há havia aberto a Mostra, encerra o ciclo de apresentações no domingo, às 20h. Até lá, serão reapresentadas as montagens de Melhor ir mais cedo pular da janela (hoje, quinta, dia 6), de autoria e encenação de Léo Moita; Um rosto que espreme, de Ana Johann e encenação de Diego Fortes, na sexta (07); e Parido, com texto e direção de Don Correa, no sábado (08). De hoje a sábado, as apresentações ocorrem às 21h. Todos as peças têm entrada gratuita.

Otávio Linhares em Saliva, de Alexandre França, que volta a ser exibida de hoje (06) ao dia 16 no Espaço Cênico. Foto: Olívia D'Agnoluzzo/Divulgação.

Otávio Linhares em Saliva, de Alexandre França, que volta a ser exibida de hoje (06) ao dia 16 no Espaço Cênico. Foto: Olívia D’Agnoluzzo/Divulgação.

Também hoje, quinta (06), reestreia, no Espaço Cênico, o espetáculo Saliva, monólogo com Otávio Linhares, escrito e dirigido por Alexandre França, que já passou pelo Núcleo de Dramaturgia Sesi/PR. A peça, que foi um dos destaques do Fringe deste ano, no qual fez sua estreia, na Mostra Novos Repertórios, faz curta temporada até 16 de dezembro, com apresentações de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h.

Os 50 anos de carreira de Regina Vogue registrados no livro No Centro da Liça, com texto de Viviane Burger. Foto; Divulgação.

Os 50 anos de carreira de Regina Vogue registrados no livro No Centro da Liça, com texto de Viviane Burger. Foto; Divulgação.

Hoje (06), ainda, às 20h, no Teatro Regina Vogue (Av. Sete de Setembro, 2775 – Shopping Estação), acontece o lançamento do livro No Centro da Liça – Regina Vogue, registro dos 50 anos de carreira da atriz que nasceu em Caçador (SC) e foi morar em Porto Alegre ainda criança, de onde, aos 16 anos, fugiu com um circo itinerante como sonho de se tornar artista. Desde 1981, Regina vive em Curitiba, onde não só atuou, mas construiu uma sólida carreira como produtora e, desde 2004, dirige o teatro que leva o seu nome, um presente do fundador e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário, Miguel Krigsner, que assina a apresentação do volume escrito por Viviane Burger a partir de depoimentos da artista. No ano passado, a história da atriz foi contada na peça Regina no centro da liça, com direção de Maurício Vogue, seu filho, e na qual atuou ao lado de Maureen Miranda.

Por fim, passando por aqui, tem o espetáculo Flutuações, do Grupo Contadores de Estórias, de Paraty (RJ). Com carreira elogiada por onde passou, a peça que combina encenação, dança e teatro de bonecos estreou no ano passado em comemoração aos 40 anos da companhia. As apresentações acontecem de sexta (07) a domingo (09) no Teatro da Caixa.

Confira, abaixo, a programação para o fim de semana.

IDAS

Melhor ir mais cedo pular da janela

Mostra Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira

Última apresentação: quinta-feira (06), às 21h

Local: Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Centro)

ENTRADA FRANCA

Um rosto que espreme

Mostra Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira

Última apresentação: sexta-feira (07), às 21h

Local: Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Centro)

ENTRADA FRANCA

Parido

Mostra Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira

Última apresentação: sábado (08), às 21h

Local: Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Centro)

ENTRADA FRANCA

Fractal

Mostra Dramaturgia Sesi/PR – Teatro Guaira

Última apresentação: domingo (09), às 20h

Local: Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Centro)

ENTRADA FRANCA

VINDAS

Saliva

Apresentações de 6 a 16 de dezembro de 2012, de quinta a sábado, às 21h, e domingos, às 19h

Local: Espaço Cênico (R. Paulo Graeser Sobrinho, 305 – São Francisco)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

Flutuações

Apresentações: sexta (07) e sábado (08), às 20h; domingo (09), às 19h

Local: Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280 – Centro)

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada)

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Oxigênio: peça da Cia. Brasileira de Teatro de volta a Curitiba no 2º Palco Giratório

Oxigênio, da Cia. Brasileira de Teatro, de Curitiba. Foto: Cia. Brasileira de Teatro.

Depois de passar por diversas cidades brasileiras durante este ano, Oxigênio retorna aos palcos curitibanos para duas apresentações dentro da programação do 2º Palco Giratório, festival do Sesc que começa hoje, às 13h, com a apresentação de A Barca, espetáculo do Grupo Grial de Dança, de Pernambuco, no Sesc Paço da Liberdade. A peça da Companhia Brasileira de Teatro, dirigida por Márcio Abreu, é uma das principais atrações do festival que traz diversos espetáculos até o dia 31 de agosto (confira a programação completa no site http://www.sescpr.com.br/palco-giratorio/). Abaixo, coloco minha crítica da peça, publicada depois de sua passagem pela mostra Na Companhia de…, do Festival de Teatro de Curitiba.

Oxigênio tem apresentações nesta quinta e sexta-feira, dias 2 e 3 de agosto, às 20h, no Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969). Entrada gratuita para comerciários e ingressos a R$ 6 e R$3 (meia entrada) para não comerciários.

 

“Oxigênio”: montagem inventiva e impactante de Márcio Abreu*

Premiada peça da Cia. Brasileira de Teatro fechou o Festival de Curitiba

Patrícia Kamis e Rodrigo Bolzan em Oxigênio. Foto: Elenize Dezgeniski/Gazeta do Povo.

No homem, há sempre dois dançarinos, o esquerdo e o direito. Um é o pulmão direito, o outro, o esquerdo. Ambos, dentro do peito, dançam. E se, por alguma questão externa, uma pancada de pá, por exemplo, esses dois dançarinos deixam de dançar – é porque lhes falta oxigênio.

Em linhas gerais, este é o argumento central de “Oxigênio”, a peça da Companhia Brasileira de Teatro dirigida por Márcio Abreu que encerrou a mostra Na Companhia de…, que integrou o Fringe, neste fim de semana, com apresentações no sábado e no domingo do Teatro HSBC. A partir dele, o espetáculo torna-se uma sucessão de fatos que se sobrepõem naquilo que se pode chamar de “uma grande discussão” sobre o que é essencial na vida – ou melhor, na experiência – humana, tendo como ponto de partida um crime: Sasha, um homem do interior da Rússia, esquarteja sua esposa com uma pá depois de se apaixonar por uma garota de Moscou que, coincidentemente, tem o mesmo nome que o seu.

Adaptação da obra do autor russo Ivan Viripaev, “Oxigênio” estreou em Curitiba no fim de 2010, sucedendo Vida, a peça que não só firmou a Cia. Brasileira na cena teatral nacional, mas também elevou Márcio Abreu ao panteão dos grandes realizadores teatrais brasileiros, um fato que se confirmou nesta edição do Festival de Curitiba.

Além de “Oxigênio”, Abreu assinou a direção do ótimo “De Verdade”, peça que teve estreia nacional na Mostra Oficial, com Guilherme Piva e Kika Kalache no elenco, e reapresentou Isso te Interessa?, peça que também integrou a mostra Na Companhia de…, que contou com a curadoria da própria Cia., e foi apontada pela crítica nacional como o grande destaque do festival deste ano – ele ainda assina direção de Cyrk, circo musical do Trio Quintina que também foi exibido na mesma mostra. Na mostra paralela de 2011, Oxigênio já havia sido apontado como um dos destaques de todo o festival, o que impulsionou a carreira nacional do espetáculo, que segue em turnê pelo país neste ano dentro da programação do Festival Palco Giratório do SESC – que chega a Curitiba em agosto.

O espetáculo funciona como que uma espécie de continuação do trabalho de pesquisa do grupo e que já havia sido impresso em Vida: sem as amarras da representação, os dois atores em cena – Rodrigo Bolzan e Patrícia Kamis – contam a história em pequenos capítulos ou composições que partem sempre de algum tipo de pressuposto moral.

A paixão entre Sasha e menina de mesmo nome é somente o pano de fundo para que os atores assumam um papel que não é o dos personagens, mas como que porta-vozes de questões que, aparentemente, sempre leva o público a pensar sobre o que vem a ser essencial para cada um – o que faz os pulmões dançarem –, misturando música e encenação em uma montagem inventiva, algo verborrágica, é verdade, mas impactante – que seria também o adjetivo perfeito para caracterizar a atuação do elenco, principalmente de Bolzan, recentemente eleito melhor ator no 1º Prêmio Questão de Crítica e na etapa São Paulo do Prêmio Shell, eleito o mais importante do país – da mesma forma que uma pá no peito.

* Texto publicado originalmente em 10/04/2012 na página do Festival de Teatro de Curitiba da Gazeta do Povo Online. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/festivaldecuritiba/conteudo.phtml?id=1242836.

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