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Mais um olhar sobre Exposição

O bom de ter mais de uma voz falando sobre a cena teatral da cidade é a diversidade de opiniões que sai de cada uma sobre uma mesma peça. A Cilene Tanaka, do Teatrofagia, publicou, hoje, um texto bacana com sua percepção sobre Exposição, a peça do Coletivo Couve-Flor, com dramaturgia assinada por Dimis Jean Sores, que encerra temporada neste fim de semana no Teatro Novelas Curitibanas.

Confira: http://www.gazetadopovo.com.br/blog/teatrofagia/?id=1290051&tit=exposicao:-uma-homenagem-a-helio-oiticica-e-lygia-clark-em-forma-de-bricolagem!

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Idas e vindas: o que entra e sai de cartaz no fim de semana (24-26 de agosto)

A divulgação (ou a falta dela) de peças sempre foi um problema em Curitiba. É um problema porque faltam espaços para divulgação – e os que existem, apesar dos esforços, nem sempre dão conta de todas as informações. Mas, vendo de fora, há um problema maior do que a pequena quantidade de espaço: as companhias que não sabem utilizá-los – nem os de imprensa, nem seus próprios meios! Falar que a imprensa não ajuda quando os próprios grupos, os mais interessados em ter público, não se divulgam com precisão é o problema. Não só se encontra sites e blogs desatualizados, como também informações importantes imprecisas sobre os espaços em que são apresentados os espetáculos, datas, horários etc.

Mais que uma queixa, este é um apelo. Há público interessado e há meios de ser efetivo em termos de divulgação. O Facebook tá aí pra isso, os blogs também. E, pra ser sincero, é mais fácil recorrer a eles do que a portais e jornais.  Outra coisa: especifiquem a duração das peças! Esta informação tem sido fundamental, ainda mais quando teatro é apenas um dos programas da noite de muita gente.

Para ajudar a consolidar informações de uma maneira sintética, resolvi criar a categoria Idas e Vindas, com aquilo que entra e sai de cartaz no fim de semana. Não é uma programação completa, mas uma tentativa de agrupar espetáculos por post. O que faltar aqui, pode ser  complementado nos comentários por quem quiser. E, se ainda assim faltar informações, sempre tem o Podcast Quarto Ato, que consegue fazer uma agenda bem atualizada da programação teatral da cidade. Vale conferir!

Vamos aos trabalhos!

IDAS

Cena de O Santo Cristo, musical que faz sua última apresentação hoje no Teatro Regina Vogue. Foto: Divulgação.

O Santo Cristo

A adaptação da música Faroeste Caboclo do Legião Urbana tem sua última sessão hoje, sexta (24), às 21h, no Teatro Regina Vogue (Av. Sete de Setembro, 2775 – Shopping Estação). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

Suave Napalm

A bela montagem do impactante texto do inglês Philip Ridley com Guenia Lemos e Gustavo Lorenzo também encerra sua temporada hoje, sexta (24), às 21h no Indra (R. Dr. Reynaldo Machado, 89 – Rebouças). Ingressos: R$ 30.

Casa do Terror 1 e 2

Uma das comédias de maior sucesso em Curitiba, a Casa do Terror 1, que retomou temporada em junho, faz sua última apresentação hoje, sexta (24),às 23h59, no Teatro Lala Schneider (Rua. Treze de Maio, 629 – Centro). Amanhã, sábado (25), a sequência Casa do Terror 2 faz sua última apresentação também no Lala, às 23h59.  Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia entrada).

Buraco da Fechadura

A adaptação de contos de A vida como ela é, de Nelson Rodrigues, que está em cartaz no Teatro Antônio Carlos Kraide (Portão Cultural – Av. República Argentina, 3430 – Água Verde) encerra sua temporada no domingo (26) com apresentações às 20h na sexta e sábado e às 18h no domingo. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada).

Exposição

O trabalho inventivo conduzido por Dimis Jean Sores a partir de cartas trocadas entre os artistas Lygia Clark e Helio Oiticica na década de 1960 tem apresentação até domingo (26), com sessões às 20h (sexta e sábado) e às 19h (domingo) no Teatro Novelas Curitibanas (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 122 – São Francisco). A entrada é franca.

Macho não ganha flor

Peça de João Luiz Fiani a partir do texto de Dalton Trevisan, a peça com Marino Jr. que retomou temporada neste mês faz suas últimas apresentações de hoje (24) a domingo (26) no  Teatro Lala Schneider (Rua. Treze de Maio, 629 – Centro) sempre às 21h. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (sexta e domingo); R$ 40 e R$ 20 (sábado).

Eu te amo

Montagem do consagrado texto de Arnaldo Jabor com Alexandre Borges e Juliana Martins tem apresentações neste sábado (25), às 21h, e no domingo (26), às 19h, no Teatro Regina Vogue (Av. Sete de Setembro, 2775 – Shopping Estação). Ingressos: R$ R$ 70 e R$ 35 (meia entrada).

VINDAS

Forte

Espetáculo do Coletivo Couve-Flor com Michelle Moura e Luciana Navarro fica em cartaz de hoje (24) a domingo (26) no Espaço Cênico (R. Paulo Graeser Sobrinho, 305), com apresentações sempre às 20h. Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada).

Dos Gardenias Social Club

O espetáculo de improvisação e dança da companhia mineira UMA tem apresentações neste sábado (25), às 21h, e domingo (26), às 19h, no Teatro José Maria Santos (R. Treze de maio, 655 – São Francisco). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada).

As Domésticas

A comédia do Barracão Encena estreia neste sábado (25) e segue em cartaz até 29 de setembro no Teatro Barracão Encena (R. Treze de Maio, 160 – Centro), com apresentações sempre aos sábados, às 21h. Ingressos: R$ 30, R$ 20 (bônus no site http://www.teatrobarracaoencena.com.br) e R$ 15 (meia entrada).

Orgulho Hétero da Adolescência ao Adultério

Outra comédia do Barracão Encena que estreia nesta sexta-feira (24) e segue até 28 de setembro no Teatro Barracão Encena (R. Treze de Maio, 160 – Centro), com apresentações sempre às sextas-feiras, às 21h. Ingressos: R$ 30, R$ 20 (bônus no site http://www.teatrobarracaoencena.com.br) e R$ 15 (meia entrada).

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Exposição: desdobramentos da experimentação cênica ganham espaço no Novelas Curitibanas

Peça transpõe para o palco ideais artísticos que marcaram as obras de Lygia Clark e Hélio Oiticica nos anos 60 e instiga uma nova percepção do fazer teatral

Exposição: ideais artísticos de Lygia Clark e Hélio Oiticica dão a tônica do espetáculo que investe na experimentação cênica. Foto: Leco de Souza/divulgação.

Compilações de trechos de cartas de Hélio Oiticica para Lygia Clark, entregues em uma única carta ao espectador antes do início espetáculo, sinalizam o que pretende ser Exposição, peça do coletivo Couve-Flor que está em cartaz até 26 de agosto no Teatro Novelas Curitibana com entrada franca. Exposição é uma “grande sala de experimentação” na qual atores e diretor se expõem em um tipo diferente de contato com o público, um público que, também ele, experimenta uma forma distinta de encarar – e a palavra é esta – a experiência cênica que se apresenta.

Concebida a partir das cartas trocadas entre Oiticica e Clark de 1964 a 1974, a peça transporta para o espaço cênico os ideais dos dois artistas que revolucionaram as artes plásticas brasileiras na segunda metade do século XX, alterando as percepções de tempo e espaço da obra de arte e do papel do espectador em relação a ela, fazendo dele sua parte integrante e seu coautor. Não só transporta como também se apropria desses ideais: sai a obra de arte e entram a experiência cênica e o fazer teatral, compartilhados com o público de modo que ele também atue na sua construção. Ou melhor, na sua conclusão, como de fato se dá em Exposição.

Até chegar a este desfecho “interativo”, o espetáculo é uma grande discussão sobre a possibilidade de experimentação e uma prova de como ela pode existir no espaço cênico. Da entrevista coletiva que abre o espetáculo até o discurso do ator Eduardo Simões sobre a natureza da proposta que colocam para a plateia, tudo converge para esta possibilidade que, de fato, acontece. É um preparo e um convite que, claro, não precisa ser aceito, mas se torna irrecusável para alguns.

Com dramaturgia assinada por Dimis Jean Sores, que também divide a direção com Cândida Monte e Gustavo Bitencourt, Exposição recebeu a colaboração da premiada diretora e encenadora paulista Cibele Forjaz, que trouxe para o Festival de Teatro de Curitiba deste ano o seu aclamado O Idiota – uma novela teatral – e que retorna à capital paranaense para um bate-papo sobre Exposiçãono dia 19 de agosto

Eduardo Simões em cena de Exposição. Foto: Leco de Souza/divulgação.

também no Novelas. Dividida em quadros, a peça é um desdobramento desta possibilidade de experimentação, numa sucessão de recortes que versam sobre a obra teatral, o ato de representar, os limites da encenação etc. É metalinguagem enfim. E, de novo, metalinguagem.

Usar uma peça para discutir o fazer teatral tem sido uma aposta recorrente nisso que se chama nova dramaturgia, principalmente entre grupos mais jovens. Faz sentido. Afinal, como fazer algo novo quando, aparentemente, tudo já foi feito em termos de dramaturgia? No entanto, esta aposta não só tem se tornado repetitiva, como também pouco expressiva em termos de produção espetáculos relevantes.

Exposição incita uma curiosidade e um olhar atento para aquilo que propõe. Diverte em muitos momentos e consegue ser genial em alguns de seus quadros – o improviso do ator que tem três minutos para fazer o que quiser em cena, a bajulação que se segue e a ligação da atriz insegura para o diretor que teme ser colocada a prova (atuação impagável de Mariana Ribeiro) são alguns deles –, mas peca pela falta de coesão e um senso de unidade que permita entendê-la como uma obra teatral como tal. Não que isso a comprometa como espetáculo e espaço para a experimentação cênica. O envolvimento do público, até mesmo durante a interação final, dá provas de que a peça agrada. Isso diz muito, ainda mais quando o que se quer passar nem sempre faz sentido para a plateia.

Exposição – um espetáculo teatral

Teatro Novelas Curitibanas

R. Pres. Carlos Cavalcanti, 122 – São Francisco

De quinta a domingo, às 20h

Até o dia 26 de agosto

ENTRADA FRANCA

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