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Idas e Vindas: o que entra e sai de cartaz no fim de semana (27-30/09)

Luiz Bertazzo e Rafael di Lari em Circo Negro, da CiaSenhas, em cartaz até domingo (30) no Espaço da Cia. dos Palhaços. Foto: CiaSenhas/Divulgação.

O fim de semana será gelado em Curitiba, mas não nos palcos da cidade. Entre idas e vindas, destaque para o excelente Circo Negro, da CiaSenhas de Teatro, que faz suas últimas apresentações até domingo no Espaço Cultural Cia. dos Palhaços, e Disney Killer, montagem paulista para o primeiro – e polêmico – texto encenado do escritor e dramaturgo britânico Philip Ridley – autor de Suave Napalm, que esteve em cartaz em Curitiba em agosto (veja análise aqui). Dirigida pelo paranaense Darson Ribeiro, a peça tem apresentações de sexta a domingo no Guairinha.

Encerrando temporada, tem os espetáculos No Retrovisor, montagem da Cia. Insaio para o texto de Marcelo Rubens Paiva em cartaz no Mini Guaira, e Imprecações, da Cia. Serial Cômicos, em cartaz no Teatro Cena Hum, além das comédias Será que Ele é? – Cuidado! Seu Príncipe Pode Ser Uma Cinderela, no Teatro João Luiz Fiani, Eu Quero Sexo, no Lala, e as peças do Barracão EnCena, Orgulho Hetero – da Adolescência ao Adultério, As Domésticas e Diário de um Louco. Despedem-se, também, o drama Confortavelmente Entorpecido, no Teatro Reikrauss, e Medeia, adaptação de Jader Alves para o clássico de Eurípides, em cartaz no Lala.

Me Leva pra Casa, peça de João Fábio Cabral que faz duas apresentações em Curitiba na sexta (28) e sábado (29). Foto: Divulgação.

Também passa por aqui neste fim de semana a peça Me Leva pra Casa, com texto do potiguar radicado em São Paulo, João Fábio Cabral, e direção de Fabiana Carlucci, com apresentações na sexta e no sábado no Paiol, e Valsa nº 6, monólogo a partir do texto de Nelson Rodrigues, com Leonarda Glück e direção de Gustavo Bitencourt, em cartaz desde ontem, quarta (26), no Teatro José Maria Santos. E, por fim, estreando no domingo (30), tem A Dama e o Vagabundo, no Teatro Fernanda Montenegro.

Veja abaixo a programação:

IDAS

Circo Negro

CiaSenhas de Teatro

Últimas apresentações: quinta (27), sexta (28) e sábado (29), às 20h; domingo (30), às 18h e às 20h.

Local: Espaço Cultural Cia. dos Palhaços (R. Amintas de Barros,307 – Centro).

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada)

No Retrovisor

Cia. Insaio de Teatro

Últimas apresentações: quinta (27), sexta (28) e sábado (29), às 21h; domingo (30), às 19h.

Local: Miniauditório do Teatro Guaira (R. Amintas de Barros, s/nº – Centro)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada)

Imprecações

Cia. Serial Cômicos

Últimas apresentações: quinta (27), sexta (28) e sábado (29), às 20h; domingo (30), às 19h.

Local: Teatro Cena Hum (R. Senador Xavier da Silva, 166 – São Francisco)

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada).

Será que Ele é? – Cuidado! Seu Príncipe Pode Ser Uma Cinderela

Palco Produções

Última apresentação: sexta (28), às 21h

Local: Teatro João Luiz Fiani (R. Coronel Dulcídio, 517 – Shopping Novo Batel)

Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia entrada)

Eu quero sexo

Cia. Máscaras de Teatro

Última apresentação: domingo (30), às 18h30

Local: Teatro Lala Schneider (R. Treze de Maio, 629 – Centro)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)

Orgulho Hetero – da Adolescência ao Adultério

Barracão EnCena

Última apresentação: sexta (28), às 21h

Local: Teatro Barracão EnCena (R. Treze de Maio,160 – Centro)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)

As Domésticas

Barracão EnCena

Última apresentação: sábado (29), às 21h

Local: Teatro Barracão EnCena (R. Treze de Maio,160 – Centro)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)

Diário de um Louco

Barracão EnCena

Última apresentação: domingo (30), às 19h

Local: Teatro Barracão EnCena (R. Treze de Maio,160 – Centro)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)

Confortavelmente Entorpecido

Última apresentação: sábado (29), às 19h

Local: Teatro Reikrauss Benemond (Pça. Tiradentes, 106 – Centro)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada)

Medeia

Últimas apresentações: sexta (28), sábado (29) e domingo (30), às 21h.

Local: Teatro Lala Schneider (R. Treze de Maio, 629 – Centro)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada)

VINDAS

Disney Killer, peça do autor britânico Phillip Ridley, dirigida pelo paranaense Darson Ribeiro, que faz curta temporada no Guairinha neste fim de semana. Foto: Divulgação.

 

Disney Killer

Apresentações: sexta (28) e sábado (29), às 21h; domingo (30), às 20h

Local: Guairinha (R. XV de Novembro, s/n° – Centro)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)

Me Leva pra Casa

Apresentações: sexta (28) e sábado (29), às 21h

Local: Teatro Paiol (Pça. Guido Viaro, s/nº – Prado Velho)

Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia entrada)

Valsa nº 6

Apresentações: quinta (27), sexta (28) e sábado (29), às 20h; domingo (30), às 19h

Local: Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – São Francisco)

Ingressos: R$ 5 e R$ 2,50 (meia entrada)

A Dama e o Vagabundo

De 30 de setembro a 27 de outubro

Apresentações no domingo, dia 30, e aos sábados a partir do dia 6 de outubro, sempre às 16h

Local: Teatro Fernanda Montenegro (R. Coronel Dulcídio, 517 – Shopping Novo Batel)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia entrada)

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Arquivado em idas e vindas (programação)

Exposição: desdobramentos da experimentação cênica ganham espaço no Novelas Curitibanas

Peça transpõe para o palco ideais artísticos que marcaram as obras de Lygia Clark e Hélio Oiticica nos anos 60 e instiga uma nova percepção do fazer teatral

Exposição: ideais artísticos de Lygia Clark e Hélio Oiticica dão a tônica do espetáculo que investe na experimentação cênica. Foto: Leco de Souza/divulgação.

Compilações de trechos de cartas de Hélio Oiticica para Lygia Clark, entregues em uma única carta ao espectador antes do início espetáculo, sinalizam o que pretende ser Exposição, peça do coletivo Couve-Flor que está em cartaz até 26 de agosto no Teatro Novelas Curitibana com entrada franca. Exposição é uma “grande sala de experimentação” na qual atores e diretor se expõem em um tipo diferente de contato com o público, um público que, também ele, experimenta uma forma distinta de encarar – e a palavra é esta – a experiência cênica que se apresenta.

Concebida a partir das cartas trocadas entre Oiticica e Clark de 1964 a 1974, a peça transporta para o espaço cênico os ideais dos dois artistas que revolucionaram as artes plásticas brasileiras na segunda metade do século XX, alterando as percepções de tempo e espaço da obra de arte e do papel do espectador em relação a ela, fazendo dele sua parte integrante e seu coautor. Não só transporta como também se apropria desses ideais: sai a obra de arte e entram a experiência cênica e o fazer teatral, compartilhados com o público de modo que ele também atue na sua construção. Ou melhor, na sua conclusão, como de fato se dá em Exposição.

Até chegar a este desfecho “interativo”, o espetáculo é uma grande discussão sobre a possibilidade de experimentação e uma prova de como ela pode existir no espaço cênico. Da entrevista coletiva que abre o espetáculo até o discurso do ator Eduardo Simões sobre a natureza da proposta que colocam para a plateia, tudo converge para esta possibilidade que, de fato, acontece. É um preparo e um convite que, claro, não precisa ser aceito, mas se torna irrecusável para alguns.

Com dramaturgia assinada por Dimis Jean Sores, que também divide a direção com Cândida Monte e Gustavo Bitencourt, Exposição recebeu a colaboração da premiada diretora e encenadora paulista Cibele Forjaz, que trouxe para o Festival de Teatro de Curitiba deste ano o seu aclamado O Idiota – uma novela teatral – e que retorna à capital paranaense para um bate-papo sobre Exposiçãono dia 19 de agosto

Eduardo Simões em cena de Exposição. Foto: Leco de Souza/divulgação.

também no Novelas. Dividida em quadros, a peça é um desdobramento desta possibilidade de experimentação, numa sucessão de recortes que versam sobre a obra teatral, o ato de representar, os limites da encenação etc. É metalinguagem enfim. E, de novo, metalinguagem.

Usar uma peça para discutir o fazer teatral tem sido uma aposta recorrente nisso que se chama nova dramaturgia, principalmente entre grupos mais jovens. Faz sentido. Afinal, como fazer algo novo quando, aparentemente, tudo já foi feito em termos de dramaturgia? No entanto, esta aposta não só tem se tornado repetitiva, como também pouco expressiva em termos de produção espetáculos relevantes.

Exposição incita uma curiosidade e um olhar atento para aquilo que propõe. Diverte em muitos momentos e consegue ser genial em alguns de seus quadros – o improviso do ator que tem três minutos para fazer o que quiser em cena, a bajulação que se segue e a ligação da atriz insegura para o diretor que teme ser colocada a prova (atuação impagável de Mariana Ribeiro) são alguns deles –, mas peca pela falta de coesão e um senso de unidade que permita entendê-la como uma obra teatral como tal. Não que isso a comprometa como espetáculo e espaço para a experimentação cênica. O envolvimento do público, até mesmo durante a interação final, dá provas de que a peça agrada. Isso diz muito, ainda mais quando o que se quer passar nem sempre faz sentido para a plateia.

Exposição – um espetáculo teatral

Teatro Novelas Curitibanas

R. Pres. Carlos Cavalcanti, 122 – São Francisco

De quinta a domingo, às 20h

Até o dia 26 de agosto

ENTRADA FRANCA

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